Para não se confundir com o Dia da Mentira, o que ele fez durante todos os sete anos de governo, Renan Filho preferiu renunciar ao cargo neste sábado, dia 2 de abril, exatamente a data limite para se desincompatibilizar do cargo para poder concorrer às eleições de outubro deste ano.
Com a carta preparada, onde textos já foram vazados por comensais do Palácio República dos Palmares, a que faz alusão ao seu mandato, o governador extrapola a prepotência e chega a se autointitular como um ser sobrenatural, que resolveu todos os problemas do estado de Alagoas. A rápida “prestação de contas”, segundo auxiliares muitos próximos, não faz nenhum comentário às diversas obras inacabadas, o despejo da dinheirama para as empreiteiras e a falta de compromisso com as pessoas mais carentes.
Mala preta
O “Fofito” fala fino que tem aparecido como o homem de recado do atual governo, entra na mira das autoridades, pela facilidade como transita no mundo das finanças em Alagoas em missão que já exerceu no Rio de Janeiro.
Inconformado
O crescimento político da oposição nos últimos meses tem tirado o sono da família Calheiros, que projetou, assim como o PT quando estava no poder, dezenas de anos administrando com mão de ferro o estado de Alagoas.
Escondendo
Até o último minuto Renan Filho vai querer demonstrar o quanto fez por Alagoas, mas não esclareceu até agora quem vai pagar a conta de investimentos duvidosos, obras inacabadas, folha de pessoal, contratação de terceirizados, concursos públicos e custeio da máquina administrativa.
No escuro
Embora tente evitar ao máximo tecer comentários sobre os problemas que irá herdar, o deputado Paulo Dantas, aos poucos, vai tomar conhecimento do buraco que deverá tapar ao longo dos meses e se esforçar para pagar em dia os salários dos servidores públicos.
Esperneando
Somente agora, depois do despejo de milhões de reais em campanhas eleitorais, a oposição se queixa do que chama de “Orçamento Secreto” aprovado no Congresso Nacional. Uma maneira nada sutil de demonstrar preocupação com os rumos da política alagoana, que não vai rezar pela cartilha de quem comandou o estado até hoje.
Pegando fogo
Na prática, a campanha eleitoral começa exatamente agora, quando se vai ver quem tem realmente farinha no saco. Situação e oposição já começaram a esquentar os tamborins e muita água vai ainda rolar por baixo da ponte.
Briga de foice
Enaltecendo o suposto fortalecimento do MDB com a migração de alguns deputados estaduais, o Partido ainda não alertou para os novos emedebistas que a eleição será dura, desproporcional para alguns. Da turma que se aliou ao MDB pelo menos a metade não vai ver nem o cheiro de um mandato.
Aposta
Renan Filho que passa a ser ex-governador, não perde a oportunidade de fazer campanha para o ex-presidente Lula, jogando as cartas para a possibilidade de não ter êxito nas próximas eleições. Teria garantido, segundo alguns próprios assessores, um lugar ao sol.
Arrumações
Com a decisão tomada por Renan Filho de se afastar do governo e o desespero demonstrado pelo senador Renan Calheiros sobre o “Orçamento Secreto”, dá para visualizar que as eleições de prováveis candidatos majoritários ainda estão em aberto e tudo pode acontecer. Em curso, composições, alianças e perspectivas dos grupos de oposição.
-Muitos dos que migraram para o MDB já estão com a pulga atrás da orelha. Sabem que o mata-mata será implacável e os números não mentem.
-A turma carimbada que tem circulado com facilidade no Palácio República dos Palmares, deve terminar hoje as suas agressivas investidas no campo econômico.
-Os empresários do setor da construção civil começarão a respirar aliviados, depois de terem sido, sistematicamente, extorquidos durante um bom tempo principalmente na região Norte do estado.
-O ciclo de mentiras para a população termina neste sábado, depois de uma regabofe na Praça dos Martírios.
