Alegação de mina estabilizada ‘não colou’ e povo segue desacreditado
   6 de dezembro de 2023   │     8:40  │  0

A avaliação feita pelo Ministério das Minas e Energia (MME) de que a área da mina 18 está estabilizada e que “o sistema geológico está entrando em equilíbrio” não convence, de pronto, a população, mesmo que a previsão seja positiva.

O MME admitiu, no começo da semana, que o deslocamento de terra diminuiu, mas não cessou, o que requer “um ostensivo monitoramento da área como um todo”. Ou seja, ainda existem riscos, sim.

As assertivas dos técnicos do ministério são baseadas em laudos específicos, mas o deslocamento de terra, embora tenha diminuído substancialmente nas últimas 72 horas, ainda é muito preocupante e pode, sim, haver desmoronamentos, mas sem a previsão anterior.

E AS OUTRAS?

Um dos grandes questionamentos é como se comportarão as outras 34 minas que estavam sendo exploradas pela Braskem, algumas muito próximas da mina 18, que oferece o maior perigo.

CONVENCIMENTO

Será necessário, no momento de grande expectativa, que os órgãos públicos iniciem uma campanha de informação mostrando que o problema da mina 18 não afetará comunidades na região, o que tem gerado muitos questionamentos.

APOIO FEDERAL

Além da decretação do estado de emergência pela Prefeitura de Maceió, as autoridades vêm recebendo apoio do governo do Estado e do próprio governo federal, por meio do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional. O ministério já se comprometeu a repassar os recursos necessários para atendimento às áreas que foram afetadas.

AMEAÇAS

A Polícia Civil vai investigar se ocorreram realmente ameaças ao presidente da Associação de Empreendedores e Vítimas da Mineração em Maceió, Alexandre Sampaio. Nos últimos cinco anos, a entidade tem lutado por indenizações, e isso tem incomodado muita gente.

DESCONFIANÇA

Mesmo com a informação de que os problemas estão estabilizados na mina 18, será necessária uma pesada campanha de esclarecimento público de que a área não está correndo risco de desmoronamento e, se acontecer, não atingirá a população no seu entorno.]

ACOMPANHANDO

A Polícia Federal está dando prioridade ao inquérito instaurado ainda em 2019 sobre as consequências da tragédia do Pinheiro e aprofunda as investigações depois da possibilidade de a mina número 18 estar prestes a desabar.

DE PERTO

Atentos, os ministérios públicos Federal e Estadual vêm acompanhando de perto todas as investigações e trabalham para que nenhuma vítima da Braskem sofra prejuízo. Agora, a questão gira em torno da inclusão do Bom Parto e dos Flexais de Baixo e de Cima nas medidas protetivas que estão sendo postas em prática.

“DESASTROSO’

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, defendeu, ontem, em Berlim, na Alemanha, que processos de licenciamento ambiental sejam mais “rigorosos” para evitar que não voltem a acontecer “catástrofes” como a da mina de sal-gema da Braskem em Maceió, que ela chamou de “empreendimento desastroso”.

RIGOR

Para Marina, o ministério e o Ibama não devem facilitar ou dificultar, mas agir com todo o rigor para que esse tipo de coisa não aconteça. “Você tem que ser rigoroso no processo de licenciamento. Existem alguns que são realizados sem esse rigor e, depois, as consequências são dramáticas”, disse a ministra.

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